• Uma exposição difícil

    Uma exposição difícil

    Carol Grilo e eu tínhamos um grafiteiro preferido nos anos 2000. Reconhecíamos seu traço e suas criações, que pareciam monstros com partes de insetos e outros animais. Só não sabíamos quem era o autor. Até o dia em que Marina Baldini, proprietária da antiga Cor Galeria de Arte, nos disse o nome: Noia. Nunca o…

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  • Taça cheia, lugar sobrando

    Taça cheia, lugar sobrando

    O senhor na mesa em frente enfrenta uma taça de vinho igual à minha: cheia até a borda. A culpa é toda do garçom, o que diminui minha culpa por ter pedido álcool em vez de suco de laranja ou água mineral. Se nesse ritmo o velho chegou aos seus prováveis oitenta e cinco anos,…

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  • Do Senadinho às capinhas de celular

    Do Senadinho às capinhas de celular

    O café Ponto Chic iria completar dez anos quando o desenhista e pintor Hassis entrou ali, escolheu um lugar nos fundos e desenhou o estabelecimento. Era 1957 e os frequentadores estavam no balcão, de chapéu, paletó sobretudo e gravata. Nas mãos, xícaras de café. As únicas mulheres no desenho são as quatro funcionárias de uniforme.…

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  • Vinte artistas interpretam Hassis em exposição e livro

    Vinte artistas interpretam Hassis em exposição e livro

    Lá em janeiro, recebi um convite da escritora, ilustradora e arte-educadora Monique Fonseca para participar do projeto Hassis, Seus Amigos e Eu. A proposta foi mergulhar no acervo do artista, escolher uma obra e reinterpretá-la. Uma só obra? Hassis (Hiedy de Assis Corrêa, 1926-2001) deixou milhares de pinturas, desenhos e esculturas, além de fotografias, cartazes,…

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  • Antes que a velha rodoviária desapareça

    Antes que a velha rodoviária desapareça

    No final de 1976, um casal de arquitetos com um bebê de colo veio de São Paulo em um Fusca vermelho para se mudar definitivamente a Florianópolis. Ela, minha mãe, tinha 28 anos. Meu pai estava prestes a fazer 31. Só nos anos seguintes iríamos pegar ônibus na antiga rodoviária, entre as avenidas Mauro Ramos,…

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  • A casa azul, o coqueiro e o gato

    A casa azul, o coqueiro e o gato

    Domingo é domingo, ainda mais de manhã cedo. O final da rua Vera Linhares de Andrade, quase no pé do morro da Lagoa, está vazio. É um trecho onde o asfalto se estreita e a calçada espreme as pessoas. A meia dúzia de casas fica escondida dos carros. De pedestres, só uns poucos moradores e…

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  • 15 anos de Beterraba

    15 anos de Beterraba

    Quem tem gato é porque acredita no futuro da humanidade. Ou, pelo menos, acha que mora em uma país estável. Gatos são irremovíveis e odeiam sobressaltos. Mesmo uma ida ao veterinário no conforto de um automóvel com ar condicionado faz o animalzinho agir como se estivesse indo ao matadouro. Por isso, a decisão de adotar…

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  • Obituário? Nem morta

    Obituário? Nem morta

    Tirando o horóscopo e a previsão do tempo, os jornais lidam com o passado recente. O obituário, aquele anúncio de falecimento impresso a pedido da família, também entra nessa categoria dos acontecimentos dos últimos dias. Na Folha de São Paulo, essa seção tem um nome seco: “Mortes”. Para amenizar a aspereza, o jornal publica todo…

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  • Uma conversa sobre desenhar, fotografar e caminhar pela cidade

    Uma conversa sobre desenhar, fotografar e caminhar pela cidade

    Florianópolis é um labirinto de asfalto que você observa da janela do carro ou é um espaço por onde você anda com confiança? Seu bairro lhe é familiar ou você se sente excluído? Os participantes da roda de conversa Vitalidade urbana: iniciativas que se apropriam do espaço público através do desenho, da fotografia e da…

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  • A penúltima locadora do bairro

    A penúltima locadora do bairro

    Se você quiser ser mais discreto enquanto desenha na calçada, uma tática é se encostar em uma árvore, caixa de energia ou coisa do tipo. Minha escolha foi colocar a banqueta ao lado de um poste. Assim, eu ficaria menos visível aos passantes. Não deu muito certo. Dois frentistas do posto de gasolina vizinho estavam…

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  • A volta à feira no Centro Cultural Veras

    A volta à feira no Centro Cultural Veras

    A última vez em que expus em uma feira de artes foi há sete anos. Era a época em que eu enchia duas caixas com minha produção de caligrafia e lettering para mostrar no Parque Gráfico e na Feira de Artes de Florianópolis, dois dos eventos dos quais participei. No próximo fim de semana, 1…

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  • A psique de um bairro

    A psique de um bairro

    Quase todo bairro mais antigo dessa cidade tem padaria, feira, boteco, farmácia, mercadinho, mecânica de automóveis, centro de saúde e oficina de bicicleta. Há uns dez anos, ainda havia locadora de DVDs. Aqui, o Córrego Grande prova que é um lugar completo ao oferecer todas essas conveniências (menos a locadora). E acrescenta à lista um…

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